terça-feira, 25 de março de 2014

A falta que faz um "c"

Já havia bastante confusão entre "correctores" (o que corrige) e "corretores" (o que trabalha em corretagem, ou seja, «age como intermediário em negócios particulares, especialmente aqueles que envolvem compra e venda de bens ou acções na bolsa de valores» [Dicionário Houaiss]), mas quem soubesse de ortografia podia distinguir as duas palavras pela presença do "c" em "correctores", o qual que servia para se saber que o "e" era aberto, isto é, se pronunciava como "é", ao contrário do "e" de "corretores" que é mudo, isto é, pronuncia-se como o "e" da palavra "de". Mas é evidente que o acordo ortográfico de 90 veio ainda aumentar a confusão: Agora, segundo este aborto ortográfico, as palavras passaram a ser homógrafas e, quando se pretende ler a palavra é preciso saber se serve para corrigir ou para corretar. Não sabe disto o jornalista da SIC que há dias, na notícia de que havia companhias que se dedicavam à venda de dados pessoais, lhes chamou "correctores" com "e" aberto e repetiu mais adiante a asneira, como se essas companhias corrigissem alguma coisa.

Sem comentários: