terça-feira, 29 de junho de 2010

Acordo Ortográfico

Sou um dos muitos que deploram a adopção do acordo ortográfico, que acho mal negociado, inconveniente e confuso. Foi, por isso, com algum desgosto que li o editorial do último Expresso "Expresso poupa letras e adota acordo". (Como o meu corrector ortográfico ainda está - e estará porque não o vou mudar - segundo a ortografia pré-acordo, aponta erro na palavra "adota".) Mas sei que agora a mudança é inevitável e a partir de 2014 nalguns casos até obrigatória, segundo o Expresso "a nível do Governo, escolas, imprensa, empresas". Eu estou velho para mudar o modo de escrever, mas terei de me habituar ao modo de ler.
Contudo, mesmo para o Expresso, nem tudo é claro. Nos exemplos de palavras que mudam, afirma que "No Caderno de Economia ... 'despediu' as palavras que já não estavam no ativo:" e inclui a palavra 'corretor'. Ora a palavra 'corretor' usada em economia significa o profissional de corretagem, (aquele que age como intermediário em negócios particulares, especialmente aqueles que envolvem compra e venda de bens ou acções na bolsa de valores, segundo o Dicionário Houaiss) e pura e simplesmente não mudou, porque, ao contrário de 'corrector', aquele que corrige, já não tinha 'c'. É exactamente um dos casos em que a nova grafia cria palavras homógrafas desnecessariamente quando, mesmo com grafia diferente, já havia muitos enganos e confusão na pronúncia das duas palavras.

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