sábado, 14 de abril de 2018

Stephen Hawking chumbado

Já era esperada a notícia de que a nota em Educação Física entraria na média da nota de candidatura ao ensino superior. Mas eu ainda tinha alguma esperança de que sobrasse um pouco de bom senso para evitar tal disparate. Mas não foi assim. Que seja requisito para alguns cursos, compreende-se. Que tenha influência na seriação de entrada em cursos como os de línguas ou de Matemática parece-me completamente aberrante. Se da consulta pública não resultar uma modificação ao diploma, vai certamente acontecer que um brilhante aluno de Física ou de Literatura, mas que falhe em saltos no plinto, seja ultrapassado por um estudante atlético mas de menor espírito científico ou jeito para as letras e perca a vaga no curso pretendido por um defeito que nada tem a ver com a carreira que pretende seguir. O exemplo de Stephen Hawking é flagrante. Não interessa que quando se candidatou e quando foi admitido à Universidade ainda não se tinha declarado a sua doença incapacitante; o que é certo é que quando se doutorou e mais tarde quando lhe foi concedida a cátedra que fora de Newton já a doença limitava gravemente a sua actividade física. Haverá certamente muitos outros exemplos que provam que a eficiência em Educação Física não tem influência nas capacidade de entrar e concluir um curso superior nem de seguir a carreira profissional para que esse curso prepara.

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