quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Provérbio actual

A ideia peregrina de proibir nos bares e cantinas dos hospitais a venda de produtos que contenham açúcar e sal em quantidades consideradas prejudiciais para a saúde levanta-me sérias dúvidas sobre a facilidade de implementação e a probabilidade de ter efeitos benéficos. Não conheço em pormenor como se pretende definir os produtos em causa, mas, a acreditar em algumas notícias que têm vindo a lume, são considerados abrangidos os bolos, segundo outros apenas os bolos com creme, além disso produtos que me parecem tão inofensivos como os croissants estarão também entre os banidos. Também ouvi falar em sanduíches de chouriço ou de presunto. A mousse de chocolate está na lista das proibições. Todas estas notícias, que não sei se exactas, deixam-me bastante céptico. Se um frequentador de um hospital, seja doente ou acompanhante, ou ainda funcionário, quiser lanchar ou simplesmente comer alguma coisa para matar a fome, que poderá ter à sua disposição? Ouvi falar em iogurtes e bolachas sem açúcar e sem sal. Será que sanduíches de fiambre ou de queijo já são permitidas? Ou apenas se o queijo e o fiambre tiverem pouco sal. Quem e como se mede a quantidade de açúcar e de sal dos produtos? E, se o fumo é permitido, excepto em locais públicos fechados, apesar de ser comprovadamente muito prejudicial à saúde, porque não se faz uma campanha de educação nutricional e se deixa ao critério de cada um se quer ou não sacrificar a gulodice para proteger a saúde. E afinal tanto o açúcar como o sal estão livremente à venda e ninguém poce controlar a quantidade que cada um usa em sua casa. Também nos restaurantes há saleiros e distribuem-se livremente pacotinhos de açúcar destinados a adoçar o café, mas que podem ser usados à discrição. Parece-me que está em vigor o provérbio: Se uma coisa é boa e apetece, ou é pecado ou prejudica a saúde.

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