segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Eurogrupo e austeridade

O grande equívoco que está intimamente ligado à eleição de hoje do Ministro das Finanças português Mário Centeno para o cargo de Presidente do eurogrupo foi exemplarmente posto a nu no comentário de Mariana Mortágua ao afirmar que "A pergunta que os portugueses fazem é se será Mário Centeno, por ser português e pertencer ao PS, pode fazer a diferença nesta instituição que só tem representado ataques à democracia e mais austeridade". É evidente que nem o cargo de Presidente permite provocar qualquer alteração à instituição eurogrupo, nem Centeno parece a pessoa capaz de tal feito, mesmo que tivesse mais poderes. O Presidente do eurogrupo representa os ministros das finanças dos 19 países que o constituem e, sendo seu representante e não seu chefe ou dirigente, não deve provocar alterações substanciais nos objectivos da instituição de modo a "fazer a diferença". A resposta à pergunta de MM só poderá um rotundo Não, como a própria reconhece ao acrescentar "Entendemos que prevalece a natureza da instituição". Mas o que a frase de Mariana Mortágua mostra é que para a extrema esquerda portuguesa o eurogrupo representa "ataques à democracia e mais austeridade". Custa a admitir esta visão segundo a qual o Governo que MM apoia no Parlamento acabou com  a austeridade em Portugal, mas nos restantes países do eurogrupo continua a reinar austeridade por culpa das regras do mesmo eurogrupo.

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