quinta-feira, 27 de abril de 2017

Mais mulheres e copos

Para grande admiração minha, o assunto da declaração de Dijsselbloem sobre alegados gastos em mulheres e copos, que provocarão necessidade de depois pedir dinheiro, continua na ordem do dia. Parece-me que os ilustres deputados europeus têm pouco que fazer para ainda perderem tempo com esta questão. Custou-me, principalmente, ouvir Paulo Rangel a exigir mais uma vez, desta vez "cara a cara", e em voz grossa, a demissão de Dijsselbloem. Mas o que mais me admirou foi a insistência, inclusivamente por uma deputada europeia, de que a célebre frase, que afinal nem sabemos bem como foi dita, perante variadíssimas versões publicadas e ainda mais traduções, para além duma ofensa aos países do Sul, que nem foram referidos, incluiria também uma ofensa às mulheres, numa atitude sexista. Ora vamos a factos: É um facto que há homens que gastam dinheiro com mulheres. Para além dos que gastam dinheiro com as respectivas esposas legítimas, o que é fácil de explicar dado as estatísticas mostrarem que os homens ganham (injustamente) mais do que as mulheres, é indesmentível que há homens que gastam dinheiro com outras mulheres, por vezes muito mais dinheiro. Dizer que isto acontece não é ofensivo para as mulheres. Acontece, pode ser considerado bom ou mau, mas acontece. Também há homens que gastam dinheiro em copos, mas não é isso que interessa agora. Considerar que quem assim gasta o seu dinheiro não tem desculpa para depois pedir dinheiro emprestado é perfeitamente natural. Portanto deixem Dijsselbloem acabar em paz o seu mandato e gastem o seu precioso tempo em tratar de problemas mais importantes para a Europa, que não faltam e é para isso que nós lhes pagamos.

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