quarta-feira, 9 de março de 2016

Quanto ganhava a mulher de César - aditamento

No meu último artigo, parecia que o título não tinha nada que ver com o texto. Tudo porque me esqueci do esquema em que tinha pensado. Concluindo:

Sobre o tema do novo emprego de Maria Luís Albuquerque, houve quem viesse com a célebre frase de Júlio César: "À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta". Talvez no tempo de César a frase se justificasse, mas utilizá-la actualmente na discussão sobre o direito que alguém tem de aceitar um cargo não me parece apropriado. Não se aplica sobretudo no caso da ex-ministra das Finanças. Sendo reconhecido que a aceitação do novo emprego é legal, pode discutir-se, como eu disse, se é ético. Mas havendo no Parlamento uma Comissão de Ética, é lá que se deve discutir o assunto. Não interessa o que parece; tem de se avaliar o que é. A não ser que se concorde com a frase atribuída a Salazar segundo a qual "em política, o que parece é!" Mas finalmente, o que não tem nada que ver com a legalidade, a moralidade e até a conveniência ou não de Maria Luís aceitar o lugar é o salário que irá ganhar, valor que tem sido badalado, aparentemente com o intuito de chocar o cidadão, principalmente o cidadão que ganha pouco. Voltando à mulher de César: Para avaliar a sua honestidade, não interessa se ganhava muito ou pouco, mas sim a sua culpa ou não perante a acusação que sobre ela foi lançada.

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