terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Finalmente há oposição

O debate sobre o Orçamento de Estado para 2016 teve pelo menos um mérito: mostrou que afinal o Governo de António Costa tem uma Oposição. Os discursos de Assumpção Cristas e de Passos Coelho foram notáveis, o primeiro demonstrando bem o engano que é o OE2016 e o segundo, mais acutilante, desmontando peça por peça o desastre a que nos vai conduzir. Cristas esteve muito bem ao demonstrar como o OE teve, desde a sua origem, um percurso atribulado, dando origem a um conjunto incoerente de normas que não satisfazem nem o PS e o principal mentor dos Objectivos para a década, Mário Centeno, nem os comunistas do BE e do PCP que dão apoio ao Governo, mas não perdem nenhuma ocasião de deixar bem evidente as suas discordâncias, nem à UE. Passos fez bem em fazer ver que a austeridade não é uma decisão, mas o resultado de uma necessidade irrecusável quando os meios financeiros são escassos, e principalmente em lembrar que as medidas de austeridade que agora tanto repugnam ao PS tiveram a sua origem no Governo de Sócrates e que foram uma consequência da irresponsabilidade das políticas seguidas nesse Governo, como a de tentar provocar o crescimento pelo consumo. Temos Oposição.

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