sábado, 27 de fevereiro de 2016

A Moody's e o OE2016

A declaração da Moody's sobre o Orçamento de Estado para 2016 português suscitou grande entusiasmo entre as hostes socialistas. E com alguma razão. Verificar que uma das nefandas e execráveis agências de notação financeira via com satisfação alguma coisa no orçamento preparado pelo Governo do PS foi uma alegria justificada. Claro que mesmo fora do ambiente PS se justificou algum alívio e satisfação, pois esta apreciação veio, como se verificou já hoje com a baixa das taxas de juro implícitas no mercado secundário da nossa dívida, aliviar a situação financeira. Mas é necessário reconhecer que a declaração da Moody's esteve longe de ser tão positiva e elogiosa como certas notícias dos meios de comunicação levaram a crer. Na verdade, a nota da Moody's, longe de elogiar o OE, elogia o facto de o Governo ter efectuado uma revisão do mesmo com uma "inversão" do rumo, com base e previsões "mais realistas", apontando, ainda assim que "o défice orçamental irá, no final de contas, exceder o objectivo do governo". Isto porque a agência prevê um crescimento menor do que o que consta das previsões inscritas no orçamento. O certo é que, apesar da opinião positiva sobre a revisão do OE, a Moody's mantém a notação da dívida soberana portuguesa em Ba1, isto é, em "lixo".

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