domingo, 18 de outubro de 2015

Ainda tem sentido falar de esquerda e de direita?

Já defendi a ideia de que as noções de esquerda e direita em política deixaram de fazer sentido. Hoje já não penso assim, embora reconheça de que além de esquerda e direita há outras dimensões a ter em conta, por exemplo democracia ou ditadura. Deste modo, se quisermos classificar os partidos e outras entidades, como movimentos e associações, numa escala que vá de extrema direita a extrema esquerda, passando por direita moderada, centro-direita, centro, centro-esquerda e esquerda moderada, teremos sérias dificuldades principalmente em tentar definir o que representa a moderação. Parece mais correcto adoptar não uma escala que corresponda geometricamente a um segmento de recta, mas sim a um conjunto de dois eixos, um correspondente à dualidade esquerda-direita conforme a organização económica se afaste ou se aproxime duma economia de mercado, sendo o outro eixo correspondente ao grau de liberdade, desde o liberalismo extremo até ao dirigismo completo, ou, melhor, ao grau de democracia, desde a democracia representativa por voto universal até à ditadura feroz. Os diferentes partidos e outras estruturas políticas poderão ser colocados no plano definido por estes dois eixos. Será um exercício interessante aplicar esse sistema à actual situação política portuguesa classificando os partidos nessa plano.

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