quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Medidas, promessas e compromissos

Ouvimos ontem o economista-mor do PS, Centeno, (que, segundo parece, nem sequer é do PS, isto é, não é militante) apresentar as contas que suportam as medidas, ou talvez antes recomendações, que o PS apresentou no seu programa eleitoral. De caminho, apresentou também uma revisão, a 3.ª, das metas que o PS prevê alcançar por meio dessas medidas. Foi bastante claro ao afirmar que essas metas, entre as quais os famosos 207 000 empregos a criar em 4 anos, são previsões. Mas logo a seguir apareceu António Costa a dizer que o que o PS apresentava não eram promessas, mas sim compromissos (Não estou a ver bem a grande diferença em termos políticos entre promessas e compromissos). Neste alinhamento, propositadamente ou não, parecia evidente que a criação de 207 000 postos de trabalho era um compromisso. Outros órgãos de informação também apresentaram esta criação de postos de trabalho como uma promessa. Hoje, António Costa desfez o equívoco e explicou muito explicitamente que o PS se comprometia com pôr em prática as medidas preconizadas. O resultado dessas medidas eram previsões e não compromissos. Portanto, se daqui a 4 anos não forem criados os 207 000 empregos só podemos culpar o PS de ter falhado as previsões e não de ter feito falsas promessas. A impressão com que ficara na véspera era apenas uma manipulação jornalística ou uma má compreensão da minha parte, mas que estou convencido que foi partilhada por muitos mais telespectadores. Isto é válido não só para os 207 000 postos, mas também para todas as outras previsões tão largamente propagandeadas.

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