quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Estímulos económicos: baixar TSU ou IRC?

O porta-voz do PS de serviço em período de férias, Rocha Andrade, veio defender a medida preconizada no programa eleitoral do partido de baixar a taxa social única paga pelos trabalhadores em 4 pp para, deste modo, as famílias ficarem com mais dinheiro para gastar, estimulando assim a economia, levando as empresas a aumentar a produção e a necessitar de mais trabalhadores, com o fim último de baixar o desemprego. Considera que as criticas a esta medida por parte da coligação PSD/CDS-PP não têm razão de ser, até porque a própria coligação defende que a baixa do IRC, que é um estímulo económico semelhante, também tem por consequência baixar o desemprego.

Esta comparação parece-me disparatada. Parece-me que o rendimento disponível das famílias resultante da baixa da TSU pode ou não ser dirigido ao consumo e, se o for, terá provavelmente maior incidência nas importações do que no estímulo à produção nacional. Há que ter ainda em conta que muitas empresas têm, em virtude da crise, capacidade de produção excedentária, pelo que poderão satisfazer a eventual procura adicional sem admitir novos trabalhadores. O efeito sobre a baixa do desemprego é portanto falível. Já a redução do IRC é um estímulo directo ao investimento e é conhecido internacionalmente o seu efeito sobre o emprego. Comparar as duas coisas não tem qualquer justificação.

Sem comentários: