sexta-feira, 12 de junho de 2015

10 de Junho

Os comentários ao discurso do Presidente da República no Dia de Portugal em Lamego roçaram por vezes o insulto. É natural que haja quem não concorde com o PR. Se é verdade que Cavaco Silva foi eleito para o actual segundo mandato por 52,95% dos votos expressos, o que representa uma maioria expressiva que lhe dá legitimidade para actuar e discursar em nome dos portugueses, é certo que houve 47,05% que votaram por outras opções, para não falar nos que não votaram ou votaram em branco, que não merecem realmente que se fale deles. Portanto a discordância é natural e legítima, o que não significa que se aprove sempre o que causa essa discordância e o modo como é expressa. Fiquei incomodado por ouvir, num programa de antena aberta aberto aos telespectadores, chamar ao PR "múmia" por um interveniente e "capacho do PSD e do CDS" por outro. Claro que as intervenções críticas dos partidos de esquerda não foram tão insultuosos, mas quer me parecer que foram em geral ditados mais por desejo de marcar uma posição política anti-Cavaco do que por divergências sérias com o conteúdo do discurso. Por exemplo, António Costa acusou o PR de ser porta-voz do Governo e não do povo português. Para que não passa nas sondagens de 30 e tal por cento, é prosápia armar-se assim em intérprete do que o povo português pensa.

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