terça-feira, 26 de maio de 2015

A grande revolução eleitoral espanhola não foi assim tão grande

O panorama eleitoral espanhol sofreu uma grande mudança, mas não uma grande revolução. Os partidos emergentes afirmaram-se como sérios concorrentes, mas não ainda como alternativa. Afinal o PP manteve-se como partido mais votado e o PSOE como segundo a nível nacional. O Podemos, que chegou a estar em primeiro lugar em sondagens no final de 2014, teve um bom resultado, mas não conseguiu mais do que o terceiro lugar, tendo o Ciudadanos ficado em quarto. Quando Pablo Iglesias anuncia "o princípio do fim do bipartidarismo", estará a anunciar o seu desejo, mas nada indica que as quedas do PP e do PSOE continuem nos próximos actos e é mesmo duvidoso que se mantenham nas próximas legislativas. Se Iglesias sonhava com um resultado à Siriza, deve ter ficado desiludido, mantendo o sorriso triunfante para disfarçar. Os comentadores que previam a ultrapassagem do PP pelas forças de oposição, quer as velhas quer as novas, mas principalmente estas, falharam. Não bastou o descontentamento pelas medidas de austeridade e pelas suspeitas de corrupção para afastar o PP do primeiro lugar. Se é certo que as perdas foram graves e, a nível municipal, gravíssimas, podendo mesmo perder a Câmara de Madrid, continua a ser um partido forte e decisivo na política espanhola.

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