sábado, 27 de setembro de 2014

Espero que não me convidem para Primeiro-Ministro

Espero bem que não se lembrem de me convidar para Primeiro-Ministro, nem mesmo para ministro simples, com ou sem pasta. Pensando bem, nem sequer aceitaria um convite para Secretário de Estado. Já viram ao que uma pessoa está sujeito nestes cargos, que nem sequer são muito bem remunerados. Insultam-nos, mal tomamos posse começam a pedir a nossa demissão e continuam a fazê-lo todos os dias, quer seja em altos gritos, quer em cartazes, desconfiam sempre de nós, interrogam-nos, escrutinam o nosso passado e a nossa vida privada à procura de qualquer coisinha que nos possam apontar, mal abrimos a boca dizem que nos estamos a contradizer ou que estamos a esconder algo, insinuam sempre que estamos com más intenções. Não estou para isso. Não contem comigo. Claro que sei bem que é altamente improvável que alguém com juízo me venha a fazer um convite destes, a mim que não tenho vida política nem passado político a apresentar, que não sou militante nem simpatizante de qualquer partido, a mim que nunca apareci na televisão, nem escrevi livros, nem publiquei poemas. Mas com a falta de políticos qualificados, nunca se sabe. É sempre bom deixar o aviso. Claro que também sei que este aviso será apenas lido por duas ou três pessoas, mas não estou para publicar anúncios pagos em jornais de grande tiragem, anúncios que de qualquer modo ninguém leria. Bem, fica o registo. Se ninguém me ler, é sinal que, mais do que altamente improvável, será de todo impossível um convite para qualquer cargo, importante ou não. Posso ficar descansado.

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