terça-feira, 30 de setembro de 2014

Coitado do Costa

António Costa não foi uma das 4 pessoas que já leram a minha mensagem anterior. Não sabe o que perdeu. Está desejoso de chegar a Primeiro-Ministro, fez tudo para isso e, claro, vai ainda continuar a fazer o que falta, que é o mais difícil. Esta sede de poder para cargos tão ingratos faz-me pensar nos versos de Camões: "Oh! glória de mandar, oh! vã cobiça". Será Costa masoquista? Deseja ser insultado, vilipendiado, odiado, acusado de tudo e de mais alguma coisa? Se não deseja, ainda está a tempo de desistir e voltar a ser um modesto Presidente de Câmara, que aliás não deixa saudades.

sábado, 27 de setembro de 2014

Espero que não me convidem para Primeiro-Ministro

Espero bem que não se lembrem de me convidar para Primeiro-Ministro, nem mesmo para ministro simples, com ou sem pasta. Pensando bem, nem sequer aceitaria um convite para Secretário de Estado. Já viram ao que uma pessoa está sujeito nestes cargos, que nem sequer são muito bem remunerados. Insultam-nos, mal tomamos posse começam a pedir a nossa demissão e continuam a fazê-lo todos os dias, quer seja em altos gritos, quer em cartazes, desconfiam sempre de nós, interrogam-nos, escrutinam o nosso passado e a nossa vida privada à procura de qualquer coisinha que nos possam apontar, mal abrimos a boca dizem que nos estamos a contradizer ou que estamos a esconder algo, insinuam sempre que estamos com más intenções. Não estou para isso. Não contem comigo. Claro que sei bem que é altamente improvável que alguém com juízo me venha a fazer um convite destes, a mim que não tenho vida política nem passado político a apresentar, que não sou militante nem simpatizante de qualquer partido, a mim que nunca apareci na televisão, nem escrevi livros, nem publiquei poemas. Mas com a falta de políticos qualificados, nunca se sabe. É sempre bom deixar o aviso. Claro que também sei que este aviso será apenas lido por duas ou três pessoas, mas não estou para publicar anúncios pagos em jornais de grande tiragem, anúncios que de qualquer modo ninguém leria. Bem, fica o registo. Se ninguém me ler, é sinal que, mais do que altamente improvável, será de todo impossível um convite para qualquer cargo, importante ou não. Posso ficar descansado.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Armas nucleares

Lech Walesa, de quem há muito não se ouvia falar, quebrou o silêncio para declarar que a Polónia "deveria adquirir armas nucleares para se salvaguardar contra a Rússia". Este desejo tem como base os aconteciemntos na Ucrânia e especialmente a anexação da Crimeia. Felizmente Walesa diz, segundo a notícia, "deveria" e não "devia" e muito menos "deve", pondo assim a ameaça de tornar a Polónia uma potência nuclear mais condicionada. De qualquer modo, a sugestão é irresponsável. Por muito que a Rússia possa constituir uma ameaça para a Polónia, a possibilidade de esta poder dispor de bombas nucleares não lhe serviria de muito em caso de conflito perante a enorme superioridade da Rússia. Mesmo que todos os países da antiga área de influência soviética viessem a ter armamente nuclear, pouco poderiam perante a força russa. Por outro lado, proliferação nuclear constitui um perigo enorme, não só para os países limítrofes da Rússia, não só para a Europa, mas para todo o mundo. Além disso, que se saiba, a Polónia está longe de poder por si só desenvolver este tipo de armamento e adquiri-lo ainda não é fácil. As bombas nucleares não se encontram à venda no mercado como qualquer outro tipo de armas. Acho que Walesa já não sabe bem o que diz, e é pena para quem teve um papel importante na democratização da Europa do Leste.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A educação dos professores

Quando professores gritam nas bancadas do Parlamento, como querem evitar que os alunos gritem nas aulas? Se os professores têm falta de educação, como podem pretender educar os outros?

A febre das nacionalizações

Ontem, Garcia Pereira pediu a nacionalização de "todo o universo Espírito Santo". Pedir é fácil. Já agora, pedir por pedir, bem podia ter pedido a nacionalização de todo o Universo. Era muito mais abrangente.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Novo Banco e teorias de conspiração

A saga do BES e do seu filho mais novo, Novo Banco, que talvez seja afinal o seu gémeo, tal como no filme Gémeos com Schwartzenegger e DeVito, sendo evidentemente o BES o gémeo interpretado por DeVito e o Novo Banco o de Schwartzenegger, a saga, dizia eu, ainda parece longe de terminar. Mas a saída de Vítor Bento, a sua substituição por Stock da Cunha e as pripécias que precederam esta reviravolta têm dado origem aos mais díspares comentários. Ouvindo Marques Mendes, Camilo Lourenço, José Gomes Ferreira e outros, ouvem-se tantas explicações diferentes quantos os comentadores, com acusações dirigidas tanto a uns como a outros dos intervenientes no processo. E o ponto comum a quase todas as explicações dos factos ocorridos, por vezes com previsões dos que ainda estão para ocorrer, é a teoria de que a depreciação do valor do Novo Banco é inevitável, está a dar-se a velocidade acelerada e, o que é mais importante, é propositada. Qual a razão para esta malvadez? Segundo alguns, com ligeiras variantes, é de que a depreciação do valor do banco tem como finalidade dar uma vantagem ao potencial comprador. Seria portanto resultado de uma conspiração entre um ou mais candidatos à compra do Novo Banco e os que estão a criar as condições para que o valor deste diminua.

Quanto a mim, esta teoria é disparatada: Que vantagem pode ter o comprador em comprar barato se esta baixa de preço resulta de uma diminuição do valor real? O caso parece-me muito mais complicado do que estas visões simplistas. No entanto, eu não tenho qualquer explicação alternativa nem previsões do que pode vir a acontecer. Esperemos calmamente os próximos dias e talvez os próximos anos para vermos o que se vai passar e, talvez, compreendermos melhor as verdadeiras razões do que está a suceder.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Comunicação social: imprecisões e confusões

O número de disparates que se ouvem ou lêem diariamente na comunicação social parece estar a aumentar. Se fosse possível estar senpre a ouvir com um caderno e um lápis para tomar nota das imprecisões e confusões que se ouvem, poderia fazer-se um relato diário. Um pouco de cuidado evitaria estas ocorrências. Vejamos alguns exemplos de hoje:

A RTP-Informação lista diariamente as cotações e variações das acções do PSI20. Pois uma das cotadas é o BES que todos os dias, segundo a RTP, cai 40,5% para 0,12 €. Não há um responsável que verifique que o BES já não faz parte do PSI20 há mais de um mês e não pode continuar a desvalorizar-se diariamente, mantendo, muito embora, a mesma cotação!

Na TVI24, Rita Rodrigues informa que "A inflação caiu 0,4% no mês de Agosto". Ora a inflação não caiu, pelo contrário, até subiu, já que passou, em termos homólogos, de -0,5% pra -0,4%. Tornou-se menos negativa e portanto subiu. O que caiu foram os preços. A inflação foi de -0,4%. Mas o jornal Económico, de que me socorri para me certificar se estava certo, embora dê a notícia correctamente, cai no sub-título no mesmo erro, o escrever que a inflação "recuou 0,4%". Não recuou, não senhor, avançou 0,1 pontos percentuais, ou seja, 20% (em relação ao valor do mês anterior).

O canal Euronews, que tem a vantagem de dar notícias que por cá são, por vezes, completamente silenciadas, também por vezes informa mal. Hoje (10) de manhã, noticiou que Carlos Moedas tinha ficado com o pelouro do trabalho e emprego na nova Comissão Europeia, quando os canais portugueses já tinham informado que seria o comissário encarregado da investigação, inovação e Ciência.

Espero que amanhã o número de disparates, imprecisões e confusões seja menor.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Bruxaria

Segundo uma notícia, jiadistas do auto-intitulado estado islâmico decapitaram sete pessoas, incluindo três mulheres, acusadas de praticar bruxaria e de serem ateus. Tenho uma grande curiosidade em saber o que é que os jiadistas consideram bruxaria. Também não tenho a certeza de que a definição de "ateu" dos jiadistas seja coincidente com a que é corrente nos países ocidentais. Já quanto à ideia que têm de liberdade de religião, é evidente qual seja.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Quotas e votos

Na minha modesta opinião, o aspecto mais grave da actual polémica no PS sobre o pagamento de quotas de militantes que já não militam há muito e sem conhecimento destes, de emigrantes e até de mortos não é o facto em si de alguém pagar quotas de outrém, vivo ou morto. Isto seria uma simples irregularidade. O grave é que quem o fez tinha certamente algum propósito, obviamente possibilitar que estes militantes pudessem exercer o direito de voto. Ora se os próprios não sabiam que as quotas iriam ser pagas, não sabem, alegadamente quem o fez, ou nem sequer podem votar por terem já falecido, tudo indica que quem praticou essas irregularidades tinha (ou ainda tem) o propósito de fazer entrar nas urnas os votos correspondentes a esses militantes mesmo ausentes ou mortos. Se não foi um louco ou um lunático que gastou mais de 100 000 euros nessa jogada, isso significa que esta chapelada seria possível, pelo menos se as irregularidades não tivessem sido descobertas, e isso é que é verdadeiramente gravíssimo.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Mulheres, precisam-se

Parece que há falta de mulheres, não só na China, onde a política do filho único foi a causa da ocorrência de milhões de machos excedentários, não só na Índia, onde as filhas são indesejadas porque são causa de despesas enormes das famílias com a necessidade de dotes consideráveis, mas também na Comissão Europeia. O excesso de machos na CE está a preocupar Martin Schulz e parece que com alguma razão. Até há quem preveja que Junker vai pedir aos chefes de governo que propuseram homens para comissários que ponderem a sua escolha. Espero que tenha êxito nessa tarefa e que possamos vir a ter uma Comissão bem equilibrada, nem que seja necessário aliciar para o cargo de comissárias algumas mulheres mais reticentes por meio de chorudas regalias. A proposta de Helena Matos também poderá ajudar a resolver a situação criada pela preferência por homens (ou talvez antes pela preferência dos homens). Felizmente não existem no mundo problemas mais graves do que a carência de mulheres na Comissão.