sábado, 7 de junho de 2014

Tal um, tal outro

A luta no interior do PS agrava-se: Costa aceitou a convocação de umas eleições primárias, mas deixou claro que não concorda com a data e não desiste de exigir um congresso, anunciando que não lhe interessa candidatar-se a primeiro-ministro sem ser secretário-geral do partido. Seguro declara-se indignado com a sondagem publicada pelo Expresso e culpa Costa pela monumental queda do PS, esquecendo-se que já anteriormente houve uma sondagem em que a distância entre o PS e a soma de PSD com CDS/PP era de 0,2 pp e que mesmo nas europeias a diferença foi mínima.

Mas no plano programático ainda não consegui descobrir as diferenças. Citei aqui Seguro por anunciar medidas que não são coerentes com o Tratado Orçamental. Agora, ao ler algumas das declarações programáticas de Costa, nomeadamente que "É preciso romper com a visão de curto prazo, com o ciclo vicioso e precário em que o Governo se bloqueou e bloqueou o país, subindo impostos para aumentar a receita ou cortando salários e pensões para baixar a despesa", anunciando em simultâneo que pretende a sustentabilidade económica, financeira e outras, fiquei com sérias dúvidas de como pensa que poderá atingir essa sustentabilidade sem aumentar a receita nem baixar a despesa.

Tal um, tal outro, portanto.

1 comentário:

Kruzes Kanhoto disse...

Tudo é defensável, se quisermos. Mas a questão dos cortes salariais da função pública pouco tem a ver com o equilíbrio orçamental. É que a menos vencimento corresponde menos desconto e menos imposto. Ou seja, a uma menor despesa corresponde uma menor receita. Grosso modo pode dizer-se que por cada 100 euros a menos na despesa serão cerca de 70 a menos na receita...Portanto está-se mesmo a ver a fartura e a importância dos cortes!