quinta-feira, 22 de maio de 2014

Pessoas, mercadorias e capital

Jean Claude Juncker escreveu que "People are just as important to me as goods and capital. So if they can move freely, so must people be able too!". Seguro indignou-se, sem razão, como explico adiante. A indignação vem de não ter lido, ou se leu não ter compreendido, a segunda parte da declaração de Juncker. N'O Insurgente defende-se Juncker, mas no plano económico, considerando que "pessoas, mercadorias e capital são factores de produção, todos eles igualmente importantes". Quanto a mim, parece-me que a questão está mal colocada, quer no post, quer nos comentários que suscitou. Não porque estes estejam errados, mas porque aquilo a que Juncker se referia e que Seguro não entendeu era outra coisa do que os factores de produção e o seu balanço. Não era ao plano económico que Juncker se referia, mas sim ao plano dos direitos. Juncker partiu da constatação de que as pessoas estavam prejudicadas na sua mobilidade em comparação com as mercadorias e o capital e que seria, portanto, justo dar às pessoas as condições de mobilidade que são dadas na UE às mercadorias e ao capital. Pretendia dar mais importância às pessoas a partir de uma situação de inferioridade. Portanto, quando escreveu "People are just as important..." queria elevar a sua importância e não rebaixá-la ao nível de mercadorias ou capital. Poderia mais justamente ter escrito "People are more important...", mas só queria elevar o seu estatuto até, pelo menos, ao que já é dado aos bens e ao dinheiro. A acusação de Seguro é, portanto, completamente descabida.

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