quarta-feira, 5 de março de 2014

O valor da palavra

A atitude de Passos Coelho Ministro ao recusar responder à questão da deputada Catarina Martins depois desta declarar que a palavra do Primeiro Ministro "não vale nada" pode não estar de acordo com o regulamento da AR mas foi a única atitude digna de um homem sério. Se o valor da sua palavra era o que a deputada do BE lhe atribuia, não teria lógica continuar a usar a palavra para quem não lhe dava valor. Seria mesmo de esperar que, depois de classificar deste modo a palavra do PM, Catarina Martins não solicitasse que este respondesse a qualquer questão, visto que, para ela, a resposta teria necessariamente um valor nulo. Se a recusa de responder por parte de Passos Coelho foi, ao que julgo, inédita, a saída do hemiciclo do grupo parlamentar do BE também não é um facto habitual. Estranho é esta retirada ter sido acompanhada pela saída de Canavilhas, Sérgio Sousa Pinto, Galamba e Lacão. Estes deputados do PS, ao acompanhar o BE, colocam-se claramente junto de quem usa o insulto como arma de debate político, já que classificar de nula a palavra de alguém é objectivamente um insulto. É também significativo que mais nenhum deputado se tenha solidarizado com o BE, nomeadamente os do PCP.

Sem comentários: