terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Poucos predicados

É frequente os jornalistas porem de lado a obrigação de informar sem tomar partido. Por vezes basta um adjectivo ou um "mas" para deixar transparecer a sua opinião pessoal sobre um acontecimento, uma personagem ou um grupo, fugindo à regra de neutralidade e independência no acto de informar.

Há 2 dias ouvi uma notícia sobre uma manifestação de extrema-direita na Grécia em que o jornalista classificou de "sujeitos de poucos predicados" os manifestantes. Confirmei agora essa classificação na notícia piblicada na net no sítio da Euronews. Posso comungar com o jornalista na pouca simpatia pela extrema-direita grega ou sobre a extrema-direita em geral. Mas notícias não são comentários e não devem ser influenciadas por simpatias ou antipatias nem por posições políticas. Quem na Euronews tem competência para fazer juízos sobre os predicados dos "sujeitos" que se manifestaram? De que modo se chegou à conclusão de que os "cerca de 3000 sujeitos" teriam poucos predicados? Se logo a denominação de "sujeitos" não é habitual e não parece ser de grande delicadeza, o julgamento sobre os predicados de 3000 manifestantes parece abusiva e mais ditada pela posição política do redactor do que por qualquer conhecimento sobre as qualidades ou defeitos dos sujeitos.

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