domingo, 1 de dezembro de 2013

Números

A ideia que alguns espalham de que o "povo" está massivamente contra o Governo e a sua política (austeridade, privatizações, estado mínimo, "destruição do estado social", "destruição da escola pública", "destruição do SNS", etc.) é desmentida pelas sondagens. Depois das últimas legislativas, o PSD teve uma descida rápida seguida de uma quase estabilidade, enquanto o PS teve uma variação completamente inversa, uma subida rápida e depois um patamar. Quanto ao CDS/PP desceu, mas principalmente depois da tentativa de demissão de Paulo Portas. Quem mais cresceu foram os partidos de extrema esquerda e principalmente o PCP. Que resulta destas trajectórias? Uma maioria estável para o PS mas que não chega para poder governar sem ajuda. O PSD segue a 4 a 10 pontos percentuais de diferença, o CDS apresenta grandes variações, mas raramente consegue mais de 10%, o PCP estabilizou à volta dos 10% e o BE não consegue crescer mais do que 7 a 8%.

Segundo a última sondagem conhecida, da Aximage em 9 de Novembro, o PSD e o CDS em conjunto ultrapassam o PS, como tem acontecido na maioria das últimas sondagens. Há, sem dúvida, uma maioria de esquerda, mas de que vale se as esquerdas não se entendem nem podem entender-se devido às ideias políticas tão diferentes e em certos aspectos importantes, como a atitude perante o resgate e a dívida, absolutamente opostas? E apesar da maioria de esquerda, a percentagem dos potenciais votantes na actual maioria, superior, como se disse, à do próprio PS, não é de molde a permitir afirmar que o Governo perdeu a sua base de apoio popular.

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