segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Manifestações e comunicação social

Ainda a propósito do modo como se noticiam manifestações e pequenos ajuntamentos, tenho notado que há alguma relutância das televisões em geral em mostrar imagens de manifestações de ângulos que permitam ao espectador avaliar com algum critério se os aderentes são muito ou pouco numerosos, como por exemplo imagens tomadas a partir de locais cimeiros ou com meios aéreos. Por vezes bastava ao operador de câmara estender os braços para dar uma visão do conjunto que permitisse julgar da maior ou menor afluência. Se não o fazem, até parece que querem esconder a realidade.

Quando se podem comparar versões diferentes do mesmo acontecimento tomamos consciência de como podemos ser manipulados pela comunicação. Um caso flagrante é exactamente o que se passa com as notícias sobre a manifestação frente à casa onde Pedro Passos Coelho passa as férias, de que ontem mostrei uma fotografia. O jornal i consegue dar uma notícia desenvolvida do acontecimento em que afirma que foram "os utentes da A22" (todos?) que se manifestaram e sem uma única referência se esses "utentes da A22" eram muitos ou poucos. Já o Público informa logo no início da notícia que era "cerca de uma dezena" a manifestar-se. Tratamentos muito diferentes, como se pode constatar.

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