domingo, 5 de maio de 2013

A montanha pariu um rato

Quem esperava ansiosamente pelas declarações de Paulo Portas de hoje, pensando que poderia abrir uma grave crise na coligação que levasse inexoravelmente a prazo à desagregação do Governo e à sua demissão, por iniciativa própria ou do Presidente da República, dada a manifesta impossibilidade de governar numa coligação que já não conseguia um consenso mínimo, deve estar muito desiludido. Portas foi claro e foi contido. Ao contrário de algumas opiniões, penso que é salutar que Portas dê conhecimento público da sua discordância sobre uma das medidas anunciadas. Como afirmou, uma coligação não é uma fusão. O que está em causa não é uma divergência profunda sobre a estratégia governamental (ao contrário do que se passa com o PS de Seguro); é uma questão de pormenor que, na minha modesta opinião, não põe em causa o caminho proposto para a diminuição da despesa, de que o País necessita para sanear as finanças e evitar a subordinação de Portugal aos ditames dos credores. Não houve falta de respeito nem desautorização para com o PM nem abriu qualquer polémica que possa fazer perigar as relações entre o PSD e o CDS/PP. A coligação há-de continuar a trabalhar e há-de ser possível encontrar, se necessário, medidas que substituam o corte que fica por fazer.

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