sábado, 1 de setembro de 2012

Que confusão!


Do blog O Princípio da Incerteza:

A notícia caiu como uma bomba, certeira, apontada com pontaria para atingir, ao que parece, o encerramento da Universidade de Verão do PSD:
A UTAO estima para o primeiro semestre um défice, na contas nacionais, de 6,9%, o que torna ao Governo praticamente impossível atingir no fim do ano a meta de 4,5%.

Para compreender bem o alcance da notícia ouvida na TV (praticamente em todos os canais informativos nacionais), procuro a fonte original. A LUSA, citada como fonte pelo Diário Digital, já não tem a notícia em linha (para quem não compreenda o que significa "em linha", esclareço que é em português o mesmo que "on line" ou "online" em inglês). Assim limito-me a ler a notícia em segunda mão, não só no Diário Digital, mas também no Negócios online. Segundo estes órgãos de comunicação: «O défice orçamental no primeiro semestre do ano ter-se-á situado nos 6,9%, calcula a Unidade Técnica de Apoio Orçamental» no parágrafo guia (lead) da notícia. Mas ao procurar o desenvolvimento, em ambos os periódicos, não consigo mais encontrar qualquer referência às contas do primeiro semestre. O que vejo são referências a um «relatório sobre a execução orçamental dos sete primeiros meses do ano», sem dados quantitativos relativos a este período, e ao «primeiro trimestre do ano» no qual o défice em contabilidade nacional se teria «situado entre os 6,7% e os 7,1%». Esta última referência, aliás, não é nova: Já em Julho, a mesma UTAO, assinalara «que o défice do primeiro trimestre "se encontra ainda distante da meta orçamental para 2012" e o INE revelara, para esse período, um valor do défice orçamental muito pior, de 7,9%.

Ficam as dúvidas:
Que diz a UTAO no último relatório sobre os 7 primeiros meses do ano?
Porque não se refere o corpo da notícia ao valor de 6,9% do primeiro semestre referido apenas no parágrafo guia, que costuma ser um introdução ou um resumo da notícia e não conter o dado mais importante sem que este seja desenvolvido ou explicado mais adiante?
A que propósito se cita agora, já em Setembro, um valor relativo ao primeiro trimestre que é diferente do divulgado pelo INE em devido tempo (será pela diferença entre défice orçamental e défice na contabilidade nacional)?
Porque se mistura na mesma notícia citações de 7, 6 e 3 meses?

Sem comentários: