sábado, 22 de setembro de 2012

O estranho caso da ubiquidade do BE

Não há mais dúvida de que as TVs gostam do BE. Talvez porque acham que um partido assim, tão fora da corrente predominante, em que até o PCP se integra, traz mais audiências. Inclino-me mais para esta hipótese do que para pensar que a política preconizada pelo BE é a preferida entre os jornalistas que seleccionam os intervenientes nestes programas. As aparições de Louçã nos pequenos ecrãs (agora alguns não tão pequenos) são constantes e os novos coordenadores indigitados para o partido, um homem e uma mulher segundo o critério do coordenador cessante, também são presenças preferidas. Ontem, às 21:50 nos 3 canais informativos decorriam simultaneamente debates sobre a situação política e tivemos, em todos os canais, um deputado do BE, mas só o CDS teve tratamento semelhante. Na TVI24 João Semedo debateu com Nuno Melo; na SIC-Notícias foi Fazenda que discutiu com Nuno Magalhães. Nestes canais não só os restantes partidos estavam ausentes como deu-se importância igual a um partido muito minoritário (apesar de já ter tido maior dimensão eleitoral) e a um partido bem implantado e que participa no Governo. Só na RTP-Informação havia uma maior pluralidade: Ana Drago e António Filipe à esquerda, estando João Galamba à direita (?) com João Almeida e Campos Pereira. Não sou de opinião que tem sempre de haver sempre paridade de todos os partidos com representação parlamentar nem que tem de haver uma igualdade ou proporcionalidade milimétricas, mas a preferência de que goza o BE é evidente.

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