sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O balde de água fria do BCE

As declarações de Draghi de há dias, "Within our mandate, the ECB is ready to do whatever it takes to preserve the Euro. And believe me, it will be enough", não me deixaram muito entusiasmado. Mesmo que estivesse a nadar em dinheiro não teria corrido a comprar títulos de dívida espanhola ou italiana e muito menos de bancos espanhóis ou italianos. Desconfiei logo da euforia dos mercados perante umas declarações tão vagas. E compreendi que, mesmo com a confirmação, no dia seguinte, de Monti e Hollande sobre o compromisso de defender o euro, a euforia não durasse mais de 48 horas. Não tinha, por isso, grande expectativa sobre o anúncio que Draghi marcara para esta Quinta-feira de tarde. Mesmo nessa manhã, ao ouvir comentários dos nossos informadores económicos nas TVs de que, se Draghi não consolidasse a sua frase algo enigmática com medidas concretas, como compra pelo BCE de dívida espanhola, os mercados poderiam reagir negativamente, fiquei à espera do pior. Ao contrário de alguns, certamente com mais conhecimentos do que eu e mais capazes de analisarem a situação, não "aguardava com alguma expectativa a reunião" do BCE. Pouco sei de economia, menos ainda de finanças e mesmo nada dos mecanismos financeiros internacionais, mas afinal a realidade veio confirmar os meus receios. Penso mesmo que não foi necessário ter em conta as pressões alemãs. Bastou manter-se fiel ao mandato.

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