segunda-feira, 23 de abril de 2012

Eleições francesas

Apesar dos grandes títulos de alguns jornais e de notícias televisivas anunciando a vitória na 1.ª volta das eleições presidenciais francesas para François Hollande e a derrota de Sarkozy, o facto é que os resultados desta volta foram inconclusivos. Se é certo que Hollande teve mais votos, a diferença para o actual presidente foi apenas de 1,55% e a verdade é que ambos tiveram votações miseráveis, pois, para quem pretende vir a ser (ou continuar a ser) presidente de todos os franceses, nem um nem outro atingiu os 30% de votação, enquanto os extremos, à direita e à esquerda, obtiveram resultados muito significativos. Daí se poder concluir que se trata de facto, como alguns fizeram notar, de um voto de protesto. E serão principalmente os eleitores que votaram nestes extremos que irão decidir a vitória na 2.ª volta. A distribuição destes votos vai decidir o desfecho. E se Marine Le Pen, satisfeita com a sua votação, criticou ferozmente as políticas dos dois candidatos mais votados, recusando dar orientações de voto para a 2.ª volta, não é de crer que quem votou Marine vá agora escolher Hollande. Podem muitos escolher a abstenção, mas tendo em conta que a votação na Front Nationale aumentou substancialmente, logicamente à custa da direita moderada, é de crer que a maioria venha a votar Sarkozy. Já à esquerda, penso que os votos em Mélanchon migrarão em massa para Hollande. Como Bayrou ainda não deu qualquer orientação, tudo está em suspenso, apesar de os votos em Sarkozy + Marine ultrapassarem os de Hollande + Mélanchon + verdes + os 2 candidatos trotzkistas em 1,33%. Se Bayrou não se definir, só poderemos fazer prognósticos depois do jogo.

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