sexta-feira, 6 de maio de 2011

Afinal PEC IV resolvia a crise!

Pensava que já conhecia bem José Sócrates depois de conviver diariamente com ele há 6 anos, via TV, jornais e vários documentos. Afinal continua a espantar-me. Hoje, no excerto do discurso que fez num jantar em Portimão, promovido pela Geração Activa (seja lá isso o que for) transmitido pela televisão, não teve vergonha nem a voz lhe tremeu quando afirmou que o PEC IV teria sido afinal suficiente para tirar Portugal da crise e que, se não tivesse sido chumbado por políticos irresponsáveis, apenas porque têm ambição do poder, não teria sido necessária a ajuda externa. Duas afirmações espantosas:
1) Se o PEC IV tem sido aprovado, como continuaríamos a financiarmo-nos sem os milhares de milhões do resgate? Será possível que Sócrates admita intimamente que os mercados se renderiam e nos emprestariam mais dinheiro a taxas suportáveis só por saberem que o PEC IV iria estar em vigor? Se as medidas do PEC IV fossem suficientes, porque admitiu o Governo que nas negociações fossem introduzidas no acordo tantas novas medidas, principalmente no que se refere a reformas estruturais? Então porque considerou o acordo como "bom"?
2) É crível que na situação aflitiva em que se encontra o país e com medidas tão duras a cumprir, alguém no seu perfeito juízo tenha ambição pelo poder? Até me inclino a aconselhar Passos Coelho a fugir enquanto é tempo.
Afinal não há motivo para espanto. Sócrates continua igual a si mesmo e estas afirmações deixam-nos antever como Sócrates cumpriria as medidas do acordo.

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