terça-feira, 15 de março de 2011

Apostas

Um amigo meu estava convencido que, na declaração que ia fazer ontem às 20 h, Sócrates informaria que o Governo, perante a recusa da oposição em dar o seu aval às medidas “corajosas” do chamado PEC4, se iria demitir ou pelo menos apresentar uma moção de confiança, com o que transformaria a crise política potencial numa verdadeira crise política. Disse-lhe que esse comportamento não me parecia o próprio do modo de Sócrates estar na política. Parecia-me antes que o PM iria dizer que o PEC4 era fundamental para a estabilidade e que a oposição, ao estar contra estas medidas, era culpada de desencadear uma crise que afogaria o País.

Infelizmente não chegámos a apostar nem umas cervejas nem sequer a feijões. Se tivéssemos apostado, eu teria ganho. Sócrates pensa que tem o monopólio da verdade e que é o salvador do País. Não admite que tem qualquer responsabilidade na crise económica que atravessamos nem nos resultados nulos das medidas que tem preconizado de 15 em 15 dias na tentativa vã fazer baixar as taxas de juro dos nossos créditos. A culpa é sempre da ganância dos especuladores, da sede de poder da oposição e em geral dos outros, nunca dele próprio e das suas políticas. Verdadeiramente, não há pior cego do que aquele que não quer ver.

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