segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mitos Climáticos

O blog Mitos Climáticos, que eu visitava com frequência, agradava-me pelo cuidado em aprofundar e justificar as afirmações sobre as aludidas alterações climáticas e suas causas. Apesar de não conhecer o autor deste blog, Rui Gonçalo Moura, foi com grande pesar que soube, se não me engano pelo Rerum Natura, que tinha falecido. Só hoje, quando me preparava para guardar o respectivo marcador na pasta dos blogs descontinuados, li o in memoriam escrito pela família. Fiquei assim a conhecer o percurso deste cientista e a apreciar melhor os seus escritos.


Mas a polémica acerca das alterações climáticas reais e imaginárias e das manipulações que se fazem a propósito (ou a despropósito) felizmente continua noutros locais.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Crise em V, em U ou em W



Desde o início da crise que se discute se esta passaria depressa (crise em V), o que parece já definitivamente afastado, ou se a recuperação tardaria (crise em U). Mais tarde, perante o arrastar da crise e o receio de recaídas, os mais pessimistas lançaram a hipótese de afinal a crise ter um novo fôlego após uma ligeira recuperação (crise em W, já que não há nenhuma letra UU). Não sei se alguém lançou a hipótese de uma crise em L, isto é, sem recuperação à vista. Mas perante os ténues sinais de recuperação e as mais recentes notícias que fazem temer um readensar da crise, com possibilidade de novo período de recessão, a maioria teme que o dabliu (W na versão aportuguesada), isto é, o duplo V, seja o que nos espera.

Eu, que me considerava até há pouco um optimista nato, sou agora mais realista e receio bem que a crise seja em vê-éle. Até desenhei esta nova letra:

Eis o VL. A crise sofre uma recaída e depois não recupera. Tenho esperança de estar enganado.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Governo concede subsídio, consumidores é que pagam

Não compreendo porquê, mas, segundo as notícias abundantemente repetidas na TV, a concessão de um subsídio às empresas de energia terá como consequência um aumento de tarifas. Eu, na minha ingenuidade, pensava que a concessão de subsídios significava a entrada de dinheiro e que portanto poderia permitir um saneamento financeiro e até uma baixa de tarifas. Afinal, quem paga o subsídio vão ser os consumidores! Sendo assim bem dispensávamos o subsídio...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Rap, grafiti e polícia

Ao passar junto a um prédio recentemente pintado, lembrei-me da notícia que vi na Euronews de hoje sobre o rapper francês que foi acusado de incitamento ao crime por ter divulgado no Youtube um rap em que apela explicitamente ao ataque à polícia e a incendiar esquadras. O que me recordou a notícia foi que a pintura amarela do prédio, que tinha tapado várias gerações de inestéticas pintadas sobrepostas, apareceu de ontem para hoje coberta de novos graffiti com grandes letras negras anunciando que estava abrangido pela zona J de Chelas (quando o prédio nem se situa em Chelas, muito menos na zona J), junto à seguinte frase "CRIMINAL KIDS FUCK THE POLICE". Não sendo propriamente um incentivo directo à violência sobre a polícia, anda na mesma linha do rap da notícia. Sintomas do tempo que atravessamos!

sábado, 14 de agosto de 2010

Incêndios e o poder


Estava expectante sobre que importantes resoluções sairiam do briefing sobre os incêndios que flagelam o País convocado por Cavaco Silva e a que compareceu Sócrates. Fiquei muito desiludido quando, acabada a reunião, as TVs apenas transmitiram uma curtíssima declaração do PR declarando-se muito descansado sobre a situação depois das explicações que ouvira dos responsáveis. Muito descansado? Quando há ainda numerosos fogos activos que ameaçam povoações? Quando as populações se vêem obrigadas a pegar em mangueiras e até baldes para tentar travar as chamas que ameaçam os seus bens? Quando assistimos a pessoas que não conseguem suster as lágrimas? Quando já morreram 3 bombeiros e há outros feridos, alguns com gravidade? Mais que desiludido, fiquei chocado. Depois ouvi as restantes declarações de Cavaco e compreendi um pouco melhor a sua posição. As TVs por vezes transmitem impressões erróneas ao fazer a selecção dos trechos das declarações que querem transmitir.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Retenção ou não retenção, eis a questão

A polémica sobre o projecto de eliminar do nosso ensino (suponho que só do básico e secundário) as reprovações, modernamente chamadas "retenções", não me deixou indiferente. As alterações no sistema de ensino têm-me feito sofrer desde que tinha filhos na escola. No entanto agora já tenho saudades desses gloriosos tempos. Agora tenho receio pelos meus netos. Como será no tempo dos meus bisnetos?

A visão do futuro da educação de Pinho Cardão no Quarta República fez-me sorrir num primeiro tempo, mas depois o sorriso tornou-se amarelo! Li os comentários e acho que aprendi algo sobre educação. Já tinha lido sobre o mesmo assunto no De Rerum Natura. Além das vantagens e desvantagens da retenção ou do progresso automático dos alunos mais fracos, notei que se falava sempre no ponto de vista destes; e qual o reflexo sobre os alunos com bom aproveitamento, que, no caso de deixar de haver reprovações, passam a ter nas suas turmas um "lastro" de colegas que estão mais atrasados na matéria? Não serão prejudicados pela baixa automática do nível médio da turma? Catarina, nos comentários, fala que os reprovados têm "problemas comportamentais, baixa auto-estima, fraca assiduidade escolar, que conduzirá ao abandono escolar e por aí fora". E se passarem sem saber como se sentirão? E como se sentem os colegas que passaram por merecer passar?