sábado, 1 de maio de 2010

Euro ou não euro, eis a questão.

Ao procurar na net algum estudo de custo/benefício sobre o TGV, fui parar a um blog até hoje meu desconhecido - o DESMITOS - que em 17 de Abril publicou um interessante texto chamado "Um Jaguar chamado TGV", que não sendo um estudo dava uma visão da polémica TGV ou não TGV que achei interessante. De resto, entre os milhares de referências, encontrei muitas notícias, algumas opiniões, mas nenhum estudo. Já que o PM convidou um deputado a procurar este tipo de estudos na net, teria sido conveniente dar pistas como os encontrar.

Mas como o problema dos mitos e dos desmitos me interessa muito, continuei a vasculhar o blog e encontrei um postal sobre os custos e benefícios, não do TGV, mas sim da saída do euro. O tema interessa-me e penso que deve interessar todos os portugueses, os que têm dívidas como os que têm poupanças, os que compram produtos importados (que somos todos), como os que vendem produtos para exportação (que são muito poucos). Vale a pena ler. Mas, apesar de muito bem explicado e conter a mais completa informação sobre o assunto que vi até hoje, fiquei com algumas dúvidas:

Que aconteceria às dívidas sobre o exterior, seja do Estado seja de particulares (incluindo a banca neste conceito)? Depois da desvalorização do novo escudo, as dívidas em euros (e também as em dólares ou em outras moedas) ficariam mais elevadas em escudos e seriam mais difíceis de pagar. As importações também seriam mais caras e, embora isso servisse para as desencorajar, não se poderia passar sem elas, visto que não somos auto-suficientes. Como os bancos teriam de continuar a pedir financiamento no exterior, passariam a ter mais dificuldades em amortizá-lo e teriam, além disso, de fazer repercutir a desvalorização da moeda nacional aumentando os juros dos empréstimos.

Que aconteceria a quem tem empréstimos em euros, por exemplo para compra de habitação, de bancos portugueses? Seriam convertidos para os novos escudos? Em caso de a saída ser, como é provável, seguida de desvalorização da nova moeda nacional, o valor da dívida após a saída e a desvalorização seria equivalente ao valor em euros ou ao valor na nova moeda?

Que aconteceria a quem tem depósitos em euros em bancos portugueses? E em bancos estrangeiros?

Sem saber as respostas a estas questões, é difícil avaliar os benefícios e os custos.

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