sábado, 30 de janeiro de 2010

A luta dos carroceiros

As TVs estão cheias de notícias sobre as manifestações dos proprietários de carrosséis. Mas, como se demonstra no Quarta República, num post muito oportuno, não esclarecem as verdadeiras razões. De facto, ao ver e rever as reportagens sobre o assunto dos carrosséis, fiquei com muitas dúvidas sobre a razão e as razões dos manifestantes e do governo. Ou melhor, não foram muitas dúvidas, foi uma dúvida imensa. Se a legislação é, como disse o secretário de Estado, de 2003, como pode um dos empresários afirmar que não houve período de adaptação? Ou a legislação é recente? As mudanças referem-se apenas às inspecções, ou também às características de segurança dos aparelhos, isto é, teriam os empresários de fazer modificações ou investimentos para cumprirem a lei. O que exige a lei? Estas normas são assim tão difíceis ou dispendiosas? Nada disto ficou esclarecido. Mas não admira: as televisões não costumam esclarecer o que está por trás das notícias; só interessa mostrar o que impressiona.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Prémio Nobel da Economia para Sócrates, já!!!

Leio no Quarta República:

«Este Vieira da Silva dava um bom ministro da economia...


Actualização:

"Sei como reduzir o défice. Já o fiz."- José Socrates, Primeiro-Ministro, 2010/01/27.

Não seria curial o Primeiro-Ministro elucidar o seu ministro da economia?»

Pois então, proponha-se já Sócrates para o Nobel da Economia!

Ainda o Orçamento

Pouco posso acrescentar ao que tantos ilustres economistas tê dito a dissecar o OE até à medula, mas não quero deixar de dar a minha opinião sobre dois aspectos. O primeiro prende-se com a revelação de que afinal o défice de 2009 ascendeu a 9,3%. A subida das previsões até ao valor real foi quase logarítmica: 1,6, 2,2, 3,9, 5,9 (sucessivas previsões do governo), à roda de 8 tomando a previsão da UE como referência (intervenção do Ministro já quase no final do ano), rumores de que seria superior a esses 8, talvez 8,4 ou mesmo 8,7, e finalmente a revelação: 9,3. É difícil acreditar que o Ministro das Finanças não soubesse este valor ou a sua aproximação com antecedência. Como disse o ex-ministro Campos Cunha, a meio do ano já se pode ter uma boa aproximação do valor final. Houve uma clara camuflagem. De qualquer modo, não me parece correcto que um dado importante relativo a um ano só seja divulgado no documento de programação para o ano seguinte, mormente quando este documento, por força da tomada de posse do novo governo, só é divulgado com o ano bem entrado. O segundo aspecto tem a ver com o facto de não ser este o orçamento de viragem que se impunha. A desilusão dos economistas chamados a comentar é bem patente.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Orçamento do Estado para 2010

Ainda não é conhecido o Orçamento de Estado para 2010; só amanhã será entregue na AR e depois divulgado. Mas pelos dados já conhecidos não parece que o esforço de contenção da despesa tenha sido tão grande como desejável: se se prevê um défice de 8,3% do PIB, como consta, será muito mais difícil nos anos seguintes fazer a redução necessária. Sobre outros aspectos, esperemos para ver. Há ainda que ter em conta que normalmente os orçamentos não são cumpridos. Mesmo que a situação não seja tão calamitosa como a deste ano, em que dois orçamentos rectificativos, embora com nomes diferentes para disfarçar, vieram pôr a nu o descalabro das contas públicas, é de temer que a situação real venha a ser pior do que o previsto no orçamento.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Empenhados

Após as reuniões com os partidos políticos com assento no parlamento para discutir o Orçamento de Estado para 2010, o ministro Teixeira dos Santos disse que o Governo está empenhado em qualquer coisa (talvez seja na redução do défice ou coisa assim) e acrescentou «Estamos todos empenhados.» Ora aí está uma frase plena de sentido e da actualidade: Estamos todos empenhados. Na verdade o povo português está profundamente empenhado. Eu direi mesmo que está empenhado até às orelhas.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Surpreendente descoberta

Sócrates descobriu que para salvar a economia nacional é preciso apoiar a exportação! É tão esperto! Parece-me que nunca ninguém tinha descoberto tal coisa. Ainda bem que temos um primeiro-ministro que sabe o que é preciso para salvar o país.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sócrates acha Ulrich irónico!!

Dificilmente poderia ser mais infeliz a reacção de Sócrates ao estudo elaborado por técnicos do BPI e apresentado ontem por Fernando Ulrich. Segundo o Público on line José Sócrates afirmou:
«É incrível que os mercados financeiros, que provocaram a crise mundial, sejam os primeiros a recriminar os estados por manterem a dívida que os ajudou a sobreviver». Mas eu ouvi ainda mais (cito de memória): «É irónico que estas críticas venham do sector financeiro que foi o responsável pela actual crise e venha agora criticar as medidas para sair da mesma crise.»

Como habitualmente Sócrates tenta matar o mensageiro quando a mensagem não lhe agrada, mas desta vez errou rotundamente o alvo: Ulrich não é o sector financeiro nem o seu porta-voz. O BPI, que eu saiba, não precisou de ajuda de qualquer estado para sobreviver à crise. As medidas tomadas pelo Estado português para ajudar o sector financeiro, pelo que se vê dos casos BPN e BPP, foram o mais ineficientes possível, mal estudadas e mal executadas, com desfechos ainda incertos e muitas vítimas inocentes. Li o estudo do BPI e não enxerguei críticas nem recriminações; vi factos e cálculos para revelar dados que o governo tenta esconder. Quanto a mim tratou-se de um serviço relevante prestado ao País e que mereceria elogios da parte do governo. As críticas de José Sócrates são um péssimo indício sobre o que tenciona fazer para lutar contra a realidade revelada no estudo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Década, século e milénio

Na passagem do milénio foi muito discutida a questão do momento em que este se deu, de 1999 para 2000, como muita gente pensou e até comemorou, ou de 2000 para 2001, como defenderam todos os que têm em atenção que não houve ano 0 (zero), assim como não houve século 0 (zero). Pela mesma razão, ao contrário do que disse Suzana Toscano na Quarta República, não começou esta meia noite uma nova década, nem comemorámos há DEZ anos a transição do milénio (alguns comemoraram, mas enganados). A transição do milénio foi há NOVE anos e a segunda década do século XXI começará daqui a um ano.

Bom ano 2010 para todos!