sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Anjos e sexo

Continuo sem saber se os anjos têm sexo, se é que existem anjos. Mas acabo de ver, através do blog arte+arte, que recomendo vivamente, várias imagens de anjos que, se é verdade que não me elucidaram, deixaram-me algumas pistas.

Veja-se este anjo.

Parece-me evidente que é do sexo feminino.
Mas agora veja-se este:

Este já me parece mais masculino.
Mas este último quadro de Moreau tem mais um pormenor interessante: O anjo tem nitidamente umbigo. Que significará isto? Que os anjos são vivíparos?

Agora a sério, só me parece que cada artista pinta os anjos conforme a sua imaginação lhe dita. Porque afinal os anjos são fruto da imaginação, penso eu.
E confesso que há problemas muito mais importante do que estas divagações.

Nota: Os quadros foram reproduzidos do blog indicado.

1 comentário:

Ariete Nasulicz disse...

Uma discussão sobre o sexo dos anjos poderia ser demorada e ainda assim dificilmente atingiríamos a sua real essência... Mas a julgar por algumas bibliografias, podemos considerar que eles não têm sexo, uma vez que são mensageiros. Podem ser representados tanto como homem ou mulher, pois nós não vemos na natureza humana seres sem definição, necessitamos atribuir uma qualidade de gênero ao que criamos. Encontramos equivalentes "angélicos" em várias religiões, como o deus Hermes (mensageiro dos deuses), que assim como os anjos, não tem sexo e é mutável. Segundo o escritor Harold Bloom, cada palavra que pronunciamos criamos um anjo. Sua potência e qualidade é determinado pelo estado de espírito do pronunciador. Na Cabala os anjos são os mediadores entre Deus e os homens. Diz-se que se conhecermos o anjo certo para comunicar, solicitar ou agradecer as hierarquias superiores, podemos acessar o mundo divino. É sabido que a palavra em muitas religiões é sagrada. O princípio gerador Ohm, no hinduísmo é um exemplo disso. O Corão é outro. Ele não faz sentido se lido em línguas que não seja o árabe, pois a recitação da oração obedece a uma ordem métrica sonora que só faz sentido na língua mãe. Além disso, sua escrita possibilita a formação de imagens e desenhos lindíssimos. Maomé decididamente foi um gênio da palavra tal a beleza de seus escritos. Acredito que um primeiro caminho para compreensão desses seres feitos de palavras e sons é o estudo da linguagem... Não é a toa que Chomsky, Walter Benjamim e Scholem se destaquem nessa função.